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Achei esse texto perdido por aqui… foi escrito no começo do ano, lá por fevereiro. Foi o único que não revisei ou troquei algumas palavras para que ficasse melhor escrito. Não tinha divagações assim há muito tempo e por isso quis deixar o texto assim, do jeito que está.

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Teço de uma realidade que não habita mais em mim e sensações que não quero que voltem e que já habitaram, trazendo um estrago monstruoso.

Penso em mim e sei que não sou egoísta por isso. Não seria também egoísta, já que não há atenção e muito menos alguém que eu tenha que colocar atrás. Se pronunciem e saiam das sombras, fantasmas. São todos invisíveis, monstros criados pela minha imaginação que sempre costuma fantasiar quando algo não está bem.

Só que decidi que não preciso enfrentar alguma situação difícil se ela não for primordial.

E esses monstros não sequer tão importantes assim. Talvez, um tempo atrás, foram, mas botei atrás tudo que eu queria de verdade e criei metas estrondosas que não correspondem ao que eu sou. E alias, o que eu sou? Não sei mas tenho certeza do que não sou.

Se desisto de algo que poderia ser perfeito ou desastroso seria eu uma covarde? Não sei.

Alias, o que seria de mim sem essas respostas que não consigo responder? Gosto de perder um pouco controle e me sentir assim, cheia de borboletas se remexendo dentro de mim e um vazio. Gosto do vazio e de como ele me faz me ver de verdade e me firmar no chão quando estou pronta para mais um voo, que vai explodir no chão e desgraçar tudo que anda tão bom.

Pela primeira vez gosto do que sou e do que virei. Gosto de como penso e de como ajo. Não está tudo perfeito, mas quando está? Eu estou conseguindo melhorar tudo e conseguindo, finalmente, seguir em frente. Mesmo deixando uma parte de mim evaporar junto com a saudade. Me sinto meio perdida, o que antes me apoiava e me guiava, hoje não existe mais. E no final, serei pó também. Pó. Eu serei pó.

Eu vou deixar – espero que muito mais pra frente – de existir, e vocês (alguém lê isso, afinal?) virarão pó. Transformaremos nossas breves existências em nada. Levaremos para o túmulo sensações únicas, experiências, memórias, pensamentos, confissões, perspectivas e julgamentos com você. Pouco a pouco até o ultimo fio de cabelo ira se decompor e planos não vão ser concretizados.

Se pensar desse jeito, as frustrações não parecem ser mais tão desastrosas, né?

É tão bom pensar em algo tão grande e dissolver nossos problemas a nada, pra variar.

Ponho a musica alto para ver se alivia um pouco meus pensamentos gritando sem eu saber porquê. Sempre é assim. Uma hora é bom, outra hora é ruim. Essas solidões não me apavoram mais. Isso que me apavora. Eu estar mal e saber que é breve. Que logo vou estar bem. Mas quero ser um pouco mais de mim e não ter vergonha de mim. Percebo que estou fazendo parte de num mundo que já entrei e que não quero fazer parte.

Quero ser quem eu sou, um pouquinho, só pra variar.

É tão difícil estabelecer isso porque nem eu sei o que sou, só o que não sou. Não quero parecer hipócrita mas esses pensamentos estão tão confusos que eu sequer consigo definir uma linha de raciocínio. Não consigo ordenar meu pensamento e só vomito palavras. Dessa vez, sinceras. Quanto tempo não conseguia escrever sem sequer ouvir o barulho do teclado loucamente rápido por causa dessa musica altíssima e mesmo assim ninguém ouve. Todos dormem e eu estou aqui, tendo uma crise idiota existencial questionando até quem eu deveria continuar conversando e quem não.

Gosto de tomar atitudes extremas porque são elas que mudam o curso da minha vida. E eu confesso que tô com um pouco de vontade de mudar. E parar de me prejudicar um pouco.

Eu preciso de um tempo pra mim, sem precisar de ninguém. Não quero precisar de ninguém. Quero viver pra mim e depois viver pra alguém. Não preciso de intensidade agora, preciso de algo calmo e legal. Preciso só de mim. Por ora, quero me bastar.

Droga, esse texto tá sendo prolixo demais e eu to me importando com quem vai ler e não quero que esse pensamento me consuma. Mesmo ninguém sabendo que eu sou, eu me importo com isso, o quão bizarro é esse pensamento?

Quero agora, que minha alma grite tudo que eu não tive coragem e que aja impulsivamente, enquanto toda minha razão é envenenada pelo impulso de berrar com palavras e sem precisar de caps locks.

Amo fechar os olhos e me entregar ao abismo da existência.

Apatia

Dorothea Lange The Road West, New Mexico, 1938 [EHG 213]

Eu sempre ensaiei o que eu diria para você quando eu fosse embora. Talvez algo como você não me deu a certeza o suficiente que você sentia o mesmo, talvez algo como mesmo sentindo algo tão intensamente, eu fui corajosa o suficiente para tentar ver o que ia dar.

O tempo passou sem você. Eu fui embora e você não virou a cabeça para trás, derramou uma lágrima, me pediu para voltar e muito menos reservou um segundo do seu tempo para saber o porquê.

Quando eu recriava as situações na minha cabeça, eu achava que a intensidade era recíproca. Que seu carinho era recíproco. Seu olhar dizia isso. Seus beijos também. Pelo menos era o que eu achava.

Sabe, eu fujo tanto de relacionamentos para não acabar como eu tô agora. Numa madrugada qualquer me sentindo sozinha. Eu não luto contra meu orgulho e por mais que a saudade se intensifique, eu não voltar atrás. E por mais que eu aja tão racionalmente, eu tô sofrendo pra caramba. E sofrendo mais ainda por saber que eu não importei 1% do que você se importava pra mim.

Eu queria ser superior mas eu realmente espero que tudo que você me fez passar, alguém te faça passar igual só que da pior maneira possível. Que você consiga sofrer o tanto que eu sofri e se iludir e se entregar a toa. E sentir um idiota depois. Dedicando textos babacas e não conseguindo desapegar de uma dor que não era merecida.

Como alguém pode ser tão frio como você?

 

Colorido

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Eu sabia que entraria numa enrascada quando te conheci. Enrascada para a minha inacessibilidade em ser otimista.

Me desconheci com você. Não senti insegurança, desconfiança, inquietação, incerteza ou receio. Os meus sentimentos não me dividiram entre sentir e pensar e pude, finalmente, conciliar os dois. De forma harmônica. Amém.

O seu apartamento é um santuário, um mundinho paralelo que proíbe qualquer problema ou tristeza de entrar e substituir a atmosfera pacífica por qualquer perturbação. Sua presença me basta para eu sentir o amor que tanto maldisse e simplificar qualquer problema que eu insisto em deixar maior.

Seu olhar terno me acalma, seu sorriso me embriaga e por mais que eu o veja com frequência, ele ainda tira meu fôlego e me satisfaz por eu ter seu perfume grudado na minha pele e o seu colo como divã em divagações que se prolongam por horas. Sua voz sussurrada em tantas noites me inebriam e eu oro agradecendo para qualquer deus, força ou energia por te ter aqui do meu lado, um acaso tão preciso.

Agradeço por te ter. Por nos termos. Em meios a tantos problemas, confusões e infortúnios, você me amou e me fez entrar em paz comigo mesma. Em meio a tantos poréns, você me aceitou assim, confusa, meândrica, complicada. Em meio a tantos desabafos em preto e branco, dedico essa confissão – e dessa vez colorida – a você. Por deixar a minha vida menos cinza e mostrar que, talvez, nem tudo precisa ser tão complicado.

Frustração em baixo calão

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Tô puta com você e muito mais comigo. Eu odeio acertar em questões que eu sabia que eu estava errada e, puta merda, eu estava certa de novo.

Você foi só alguém que fez meu coração bater um tiquinho mais rápido e saiu no estalar de dedos que caiu nos meus colos e na minha vida.

Cara, eu odeio saber que todo pé atrás que eu tenho com todo mundo está certo e que eu tenho mesmo que ser fechada porque, aparentemente, ser verdadeira e mostrar o que você é não dá certo. Isso me deixa frustrada para caralho! Como que pode? Eu ser legal e você se travestir todo de um personagem! Você me viu por inteiro! E eu não conheci você de verdade!

Como posso ser tão babaca? Eu tenho mesmo que ser receosa com todo mundo e não poder me mostrar? O que eu tenho de especial para tomar tanto no cu?

Eu não gosto disso, destino! Vê se para de ser tão filho da puta. Porra.

Existencialismo

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Odeio essa solidão que me faz ficar parada numa brecha introspectiva enquanto rolam mil festas, caras, histórias sendo contadas e eu não fazendo parte de nenhuma delas. Por pura escolha mas parece que essa decisão é reflexo dos meus pensamentos e a minha inércia ao tentar me mover nessa areia movediça que é a minha mente. Tento não pensar mas mesmo com as incansáveis tentativas, logo me vejo em um dos mais intermináveis banhos quentes, cigarro e escuro.

Até quando?

Rascunho

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Esse texto vai ficar no rascunho até você ir embora. Não que eu afirme isso com certeza, mas sou pessimista e por mais que tente evitar – o que quase não evito, só quando alguém muito otimista tenta me mostrar que existe um caminho mais alegre e menos preto e branco, mas é coisa de minutos para eu retomar a ideia de que esperar o pior é sempre melhor que esperar o melhor – eu acho que já já você se satura de mim.

Eu sou péssima em sentir necessidade das pessoas. Gosto de viver conforme sempre vivo: alheia a tudo, viver por mim e gostar de ser assim. Eu sei que você caiu de para-quedas na minha vida, que tudo é muito novo e eu sempre ajo assim, mas, cara, que saudade de você. E o pior que nem faz tanto tempo que a gente falou!

Puta merda. Eu me imagino em tantas situações ao seu lado que até me assusto. Eu nunca canso de você, da química absurda que nós temos e dos assuntos incansáveis. E da sua voz. E seu bendito violão que você insiste em tocar bem e estereotipar todo mocinho de comédia romântica. Porra, você não me deixa indecisa a nada, mesmo não garantindo muita coisa e sendo xavecado por uma dúzia de meninas por ai. Sei lá. Gosto da sua maturidade e da calma que você me dá. Eu sou ligada no 220 o dia inteiro e ter alguém pra balancear isso é muito bom.

Eu tô aqui esperando o celular notificar e ser você. Eu dava tudo para eu te ver logo e poder realizar tudo que a gente prometeu em tantas conversas.

Enfim. Sabe-se lá se esse texto vai ser publicado, se você vai lê-lo e como será o final dessa história.

Eu odeio não ter respostas para nenhuma pergunta. Eu odeio não poder estar com você agora.

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