PALAVRAS POETIZADAS

Liberdade

Resolveu voar. Um passarinho leve, nem adulto, nem adolescente, e otimista voando por ai. Batia as asas contra o vento, planava nele e ia. Voava todos os cantos, cantava em todos os cantos, conhecia todos os cantos. Vivia livre, e aquela liberdade não era fictícia.  Era mais do que verdadeira. A sensação era muito mais que bater as asas por ai… Era de ser livre. Das amarradas, dos outros, dos problemas e de quem nunca lhe fizera bem. Pobre passarinho. Costumava viver em um corpo de pássaro, com asa de pássaro mas com mente de qualquer animal terrestre e indefeso. Costumava pensar também em suas aventuras por aqui o quão alienado fora por acreditar no que os outros diziam, e viver naquilo por tempos. Antes, o pobre passarinho se limitava a dar seus passos entre o local habitual e só. Vivia por viver, vivia por alheios. Uma hora cansou. A agonia era tão grande que arriscar não parecia mais uma opção. Era a unica alternativa. Somente ela. E só. Então, o passarinho bateu as asas e foi para bem longe. Tão longe que nem os pensamentos anteriores conseguiram o acompanhar. Era um ser totalmente novo. E totalmente livre.