Esperando Godot

Captura de Tela 2015-05-19 às 08.29.10Eu não tenho vergonha na cara. Talvez essa afirmação defina com uma clareza propícia minha mente cada vez que eu abro o bloco de notas do meu celular e perco os dedos num movimento automático e diligente enquanto tento expressar – de novo – em palavras o que eu sinto.

Talvez, num ordenado de palavras que refletem minha mente, a primeira seria decepção. Decepção por te ver bem, conversando com quem você sempre conversa, vivendo do jeito que vivia quando eu fazia parte da sua vida. Como se eu fosse só um acessório e você me trocasse ou substituísse por algo melhor ou menos defeituoso e sua vida continuasse a mesma. Eu fui incapaz de atravessar a barreira do cotidiano e não me finquei no seu coração e no seu cérebro como você fincou no meu.

Eu me sinto miserável e tão escandalosamente fraca por ter me entregado a algo tão tonto, hipotético e incerto. Me apoiei e defini morada em uma areia movediça. Me estabeleci onde não devia. Entrei em terras perigosas com um sentimento mais perigoso ainda: o de gostar – apesar de tudo nunca te amei. Amar é algo que procede o gostar recíproco e eu não tive beleza, inteligência ou relevância o suficiente para preencher o seu requisito de sentir algo além por mim.

O meu ânimo já está esgotado para tentar jorrar esses sentimentos. Eles não jorram mais. O meu coração anda moído, seco, esquelético. Sem nada para extrair porque já foi extraído demais. Minha mente anda tão calejada de ser espremida para que saia dela um caldo melancólico que vai anestesiar a dor de tudo isso. E eu esmolo para qualquer força sobrenatural o fim desse tormento da não reciprocidade porque cada vez que acho que ela teve seu epílogo, você me aparece e tudo volta para estaca zero.

Eu não aguento mais.

Publicado por Alice

Pudera eu me descrever impecavelmente.. Usar palavras que encantassem pela estruturação perfeita… Pela forma suave…E ao mesmo tempo poderosa…Pelo português impecável…Pelos conjuntos de adjetivos que se entrelaçam entre si de uma maneira harmoniosa…Pelos sarcasmos indispensáveis nas horas surpreendentes…pela retração da realidade com olhos excêntricos… Mas não! Prefiro que eu seja descobertas nas entrelinhas, em uma musica, em uma piada, em uma crítica, foto e ate quem sabe um vídeo… Sem pré-conceitos lidos em um about. Que cada parte que eu exponha aqui seja a porta de entrada para realidade (distorcida, fantasiada, equacionada, vivida) da minha mente. Que essa tal descoberta seja feitas pelas bordas, pelos detalhes que fazem qualquer pessoa diferente, com seus jeitos, mania, sua personalidade. Mas simplificando, talvez um adjetivo possa expressar o que provavelmente você vai achar: Confusa.

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