PALAVRAS POETIZADAS

Último

Esse provavelmente será meu último texto. O último texto da última promessa, do último sentimento empoeirado e das palavras sendo tolas tentativas de embelezamento de pensamentos abatidos por solidão.

Entrarei em um retiro. Não focarei na mente, e sim no coração. Farei uma profilaxia de afetos e pessoas. Pessoas que não agiram como ser racional ou ser afetivo. Talvez eu não acredite em alma, mas se acreditasse, as pessoas expulsas daqui de dentro não a teriam.

Não sei o que escrever mas isso me frustra. Me frusta não ter a capacidade de expulsar as sensações que eu estou sentindo e o meu não-compreendimento delas. Me frustra não estar no controle e me frustra mais ainda me preocupar com quem não se preocupa comigo.

O céu tá lindo, a musica tá boa e o clima tá perfeito. Se tenho tudo isso, o que me faltaria?

Queria poder responder, queria ter respostas que me causam insônia e questionamentos. Queria poder não ser dramática e adentrar em crises existencialistas e céticas tão cedo e tão tarde da manhã e noite.

O que me resta de tantos pensamentos-incógnitas é lembrar da efemeridade: Se as pessoas não permaneceram por tanto tempo, os sentimentos também não. Só restará palavras grifadas e sensação de nostalgia.